Menos superficialidade, por favor
Há, nos últimos tempos, um clamor de ódio nas redes sociais, ódio ao sistema socioeconômico e político, ódio ao artista mainstream, ódio ao time A ou B, ódio, ódio e ódio.
Há também uma onda, há um tempo, dentro e fora da internet, com a mensagem de “mais amor, por favor”. Que também pode gerar certa repulsa, por não soar verdadeira.
Não é este o amor de fato, de gentileza, cuidado e carinho.
O mesmo barbudo cult… ou aquela estudante de humanas que faz carinha de fofa pedindo isto, é aquele que vai de black bloc quebrar geral nas manifestações.
Este suposto amor é falso, frio, superficial e interesseiro, é de fora pra dentro.
Tem-se que parar, neste momento, com tanto ódio e com tanta falsidade.
O amor não pede, o amor faz, o amor é de dentro para fora. Tem amor aquela pessoa educada com os colegas de trabalho, gentil com as pessoas na rua, amoroso e cuidadoso com a própria família. Mas esta sofre mais, porque os outros, no geral, se esqueceram dos valores básicos de convivência. Muitos podem até pensar: “o problema são os outros”, mas não é.
Ame, cuide, respeite… não por conveniência social, já que estamos falando de agir, sentir, viver amor no cotidiano. Há de se mudar e fazer de nossos dias melhores.
A falta de amor tornou-se um problema social: campanhas de trânsito sobre gentileza, notícias sobre brigas e mortes causadas pelo álcool, violências generalizadas, enfim, as pessoas não têm mais noção de respeito, de carinho, de convivência.
Aí vemos que a proliferação do ódio e a escassez de amor é uma das maiores causas da angústia humana, é algo complexo para avaliação do impacto social. O amor é tão vital e necessário na existência humana, que foi analisado ou citado na obra de Lacan e Buber, visto nas atitudes de Gandhi e do próprio Cristo.
Tantos problemas sociais causados pelo ódio, mas com uma possível e simples resolução, que pode ser ensinada, praticada e vivida dentro de casa, em família ou entre amigos.
A falta de afeto causa solidão, depressão, acaba com o ser humano, o torna frio, rancoroso, desesperançoso. Pode causar loucura até.
A expressão “mais amor, por favor” só tem isso de positiva: o clamor desesperado por afeto.
Abdicar do ódio, sem perder o bom senso e o criticismo, buscando a cura e a saída no amor, no respeito, em coisas edificantes. Usar o copo meio cheio é mais fácil para resolver uma crise do que o copo meio vazio. Veja, em ambos os casos, o copo tem a mesma medida, depende de como você enxerga.