Monarquia

Enquanto isso, na Espanha

servido por: JG Guerreiro

Quando estudamos a história dos séculos XIX e XX, vemos que uma série de nações tornaram-se repúblicas, deixando de lado as monarquias, ora absolutistas, ora constitucionais.

Esses movimentos foram importantes e se iniciaram, de fato, com a Revolução Americana, que livrou as Treze Colônias Inglesas do laço europeu. Em 04 de julho de 1776, as 13 colônias se declararam independentes da Inglaterra no Segundo Congresso da Filadélfia, adotando o republicanismo e passando a se chamar Estados Unidos da América.

A partir deste movimento, outros influenciados nessas ideias foram surgindo, contestando o Antigo Regime: um modelo político arcaico, pautado na centralização do Estado, sob a figura de um monarca. A verdade é que, até hoje, algumas monarquias sobrevivem… e uma delas é a Espanha.

O reino espanhol foi fundado em 1469, por meio de um casamento entre duas coroas: Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão. Devido a essa união, os espanhóis conseguiram expulsar os muçulmanos que ocupavam a Península Ibérica, em um episodio conhecido como Guerra de Reconquista.

A história da política espanhola é marcada por vários capítulos desde a formação, como Estado Nacional moderno. A Espanha passou um breve momento unida a Portugal, foi invadida por Napoleão no século XIX, vivenciou o fascismo do Generalíssimo Francisco Franco e, somente em 1978, assinou uma constituição que devolvia o caráter “democrático”, proclamando Juan Carlos como rei e adotando a monarquia constitucional.

Mesmo que as bases políticas de uma monarquia constitucional estabeleçam que o rei tenha apenas um poder simbólico, ou seja, de representação do Estado, os pilares sociais de uma monarquia defendem uma sociedade de privilégios, onde a família régia tem direito a compensações financeiras para manutenção da mesma.

Nos últimos dias, estamos presenciando um novo capítulo nessa historia da política espanhola. O rei Juan Carlos, que assumiu a coroa na década de 1970, deseja se afastar do trono. A sociedade, que estava acostumada com o reinado dele já há 39 anos, rompeu com essa comodidade nos últimos dias e partiu para as ruas, inflada pelo ideal republicano. Se o republicanismo for instituído na Espanha, todos os direitos e garantias que o rei e família têm, no atual modelo, seriam rasgados. Agora, o rei Juan Carlos acelera o processo de proclamação do novo rei, Felipe VI, filho dele, para que os privilégios sejam mantidos dentro da monarquia.

Será que essa monarquia sobreviverá?