Narcos e a síndrome de vira-lata brasileira
Narcos é uma série excepcional, a direção e a fotografia são excelentes. O elenco escolhido é outro ponto positivo. Mas, afinal, por que tanto alvoroço e comentários negativos em cima da serie do Netflix?
O bendito sotaque do Wagner Moura. Wagner, que está interpretando de forma majestosa o traficante Pablo Escobar, vem sofrendo duras críticas por causa do sotaque. O mais impressionante é o fato de que muitas destas críticas vêm do Brasil e dos brasileiros. Muitos alegam que o sotaque baiano é acentuado na interpretação dele.
Aposto que estas pessoas devem ter criticado o sotaque americano de Charlie Hunnam em Pacific Rim e todos os filmes do Schwarzenegger. Pensando melhor, tenho certeza que nenhum dos que sofrem da síndrome de vira-lata fez qualquer menção sobre isto. Mas se o ator é brasileiro, como podemos deixar uma pessoa, que não falava o idioma até pouco tempo atrás, falar com sotaque? É imperdoável um brasileiro ter sotaque ao falar castelhano, não importando há quanto tempo ele aprendeu o idioma.
Sabe o que é pior em toda a história do sotaque que veio dos complexados vira-latas? É que o ator chileno Pedro Pascal tem um inglês com sotaque acentuado, mas o personagem que ele interpreta (Javier Peña, investigador do DEA), apesar do nome, é nascido em Houston, no Texas. Agora, quantas críticas saíram na imprensa ou quantas vocês ouviu sobre o sotaque do chileno?
A atenção dada ao sotaque é de uma pequenez imensa… e, para quem assistiu à série, não impactou negativamente Narcos.
Viva Narcos!
Viva Wagner Moura! Com uma interpretação cheia de sotaque, mas que tem sido soberba.
Viva a todos os que estão assistindo a série (e estão curtindo o seriado) e não fazem parte da turma com síndrome de vira-lata.
Apenas um adendo: antes da filmagem da segunda temporada, o ator Wagner Moura foi para a Colômbia para diminuir o sotaque.