Racismo

Você não gosta da minha pele?

servido por: Alfredo Tambeiro

Você não gosta da minha pele?

Você não gosta do meu cabelo?

Você não gosta que pessoas, que tem o mesmo tom da minha pele, frequentem os mesmos lugares que você?

Você gosta de fazer piadas sobre a minha pele escura?

Você gosta de dizer que não há beleza na minha pele escura?

Você gosta de pensar que, para alguém de pele escura alcançar o sucesso, só pode ser jogador de futebol?

Em 2015, tem muitas pessoas que respondem sim para todas estas perguntas acima.

Pode até parecer esquisito, mas ainda há pessoas que acreditam que, como nasceram com a pele branca, são melhores do que um homem negro e uma mulher negra.

É um choque quando você percebe que existem pessoas que vão lhe destratar, simplesmente pela cor da sua pele… realmente, é algo que lhe fere na alma.

Confesso que, por um período da minha vida, achava estranho tudo isto e me perguntava por que tanto ódio?

Como alguém pode acreditar que o tom da minha pele pode definir o que vou fazer da minha vida… e qual lugar devo ocupar na sociedade?

Mas, neste planeta, também há outras formas de pensar e uma nova atitude está surgindo de forma muito clara: não há mais tempo para tentar mostrar, para o preconceituoso, que sou uma pessoa igual a ele… e esperar que ele acredite nisto e deixe-me seguir com a minha vida.

Se você não gosta da minha pele, o problema é seu!

Se lhe incomoda alguém de pele escura ter sucesso, o problema é seu!

Esta atitude pode parecer simplista, mas, na verdade, ela é revolucionária. Porque, a partir desta atitude, o agressor deixa de ter poder, ele passa a ficar do lado de fora, olhando e praguejando, ao ver homens negros e mulheres negras ocupando os lugares deles na sociedade.

Uma parte responsável por esta nova atitude se deve as leis: racismo e injúria racial são crimes no Brasil. O fato de saber que você é protegido, muda a forma como você vê o agressor, ele deixa de ser inacessível, você entende que, se ele lhe ferir, você pode se proteger.

A atriz Taís Araújo, por exemplo, que acabou de sofrer agressões numa rede social – por ela ser negra. Claro que este não é um caso isolado, mas podemos ver esta nova atitude na declaração dela. Taís se recusa a fazer papel de vítima, ela deixa claro que tem direitos e sabe que é protegida pela lei.

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E pede que este caso sirva como exemplo: não se cale, denuncie!