Star Wars

Back to basics em uma galáxia muito distante

servido por: Vitor Leobons

Eu tinha combinado com meu editor que essa coluna seria uma cartinha ao Papai Noel… mas tinha um Episódio VII no meio do caminho. E os planos mudaram!

Enfim… eu vou tentar ser o mais discreto possível. Sem dar nenhum grande spoiler do filme, mas pode acontecer por acidente…

Então…

Back to basics! É um conceito que existe na área de economia e significa “voltar ao básico”. Voltar às origens para recuperar a produtividade e a qualidade. A gente pode encontrar esse mesmo conceito em boas reformulações, que fazem com que personagens voltem aos trilhos e voltem a render boas histórias. Lembram da fase do Waid no Capitão América? Back to basics!

Back to basics em uma galáxia muito distante

Citei quadrinhos só para não perder a prática, hehehehehehe…

Mas voltando…

É exatamente esse conceito que J.J. aplica nesse novo Star Wars. Pega tudo que a trilogia original tinha de melhor e atualiza. Adapta. Relê. E assim, revitaliza toda a saga!

George Lucas canibalizou os filmes de bangue-bangue, os de samurai, os de guerra para criar algo único. J.J. faz o mesmo, mas usando, como ponto de partida, os filmes originais…

Ele fez o dever de casa direitinho. Só trazer de volta Lawrence Kasdan já era um claro indício disso.

Back to basics em uma galáxia muito distante

Estão de volta os efeitos práticos e as filmagens em locação, que fazem toda a diferença e trazem uma “verdade” – que a última trilogia do Lucas fez questão de jogar fora.

Reaparecem as lutas ferozes e apaixonadas com o sabre de luz, lembrando os embates entre Luke e Vader nos Episódios V e VI.

Retornam as batalhas aéreas empolgantes.

Regressa o humor! Engraçado de verdade! E não aquela besteira protagonizada pelo famigerado Jar Jar Binks.

E o mais importante! Ressurgem os personagens carismáticos! Algo que a trilogia original tinha para dar e vender e a segunda trilogia passou longe de nos dar.

O roteiro não tem a menor vergonha em emular os roteiros de Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi.

Back to basics em uma galáxia muito distante

O cruzador tomando toda a tela…

O carismático droid perdido em um planeta desértico e sendo encontrado por jovem e hesitante protagonista…

A fuga alucinada levando os heróis a cantos distantes da galáxia…

A “descoberta” da força com a ajuda de um alienígena baixinho…

A “divisão” de grupos para derrubar a nova Estrela da Morte…

A “crise” familiar…

A morte do “mestre”…

Mas toda essa apropriação é muito bem-feita e cuidadosa, recheando o filme de uma metalinguagem, que faz com que O Despertar da Força extrapole os limites da tela do cinema e seja algo muito maior.

Os novos personagens são os espectadores novatos, os fãs recém-chegados. Que nunca viram a trilogia original do cinema e só conhecem as “lendas” pelas histórias contadas.

Han e Chewie somos nós! Os fãs antigos, que estavam lá quando tudo aconteceu e somos levados de volta à ação. We’re home!

Back to basics em uma galáxia muito distante

No final das contas, o que temos é algo capaz de encantar os novos fãs e resgatar os antigos, deixando o terreno muito bem preparado para esse recomeço da saga no cinema. E aquele final? Talvez o melhor cliffhanger de toda a saga…

Ainda me arrisco a dizer que temos um vilão com extremo potencial para ser maior que o Vader.

E também ouso comentar que temos a melhor personagem feminina da saga, com um papel de protagonismo de verdade. Coisa que Leia e Padmé não tiveram. E defendida com maestria por uma ótima atriz! Coisa que a inexistente direção de atores de George Lucas não deixou Natalie Portman fazer.

Ao final da sessão em que assisti ao filme, quando as luzes se acenderam, o silêncio imperava. O público parecia anestesiado…

Normal! Afinal, Star Wars estava de volta! Do jeito que tem que ser!

Back to basics em uma galáxia muito distante