Satyrianas 2016

Phedra D. Córdoba

servido por: Alfredo Tambeiro

Quando recebi a missão de escrever sobre Phedra D. Córdoba, só me vinha um único pensamento, que ela foi embora para se juntar ao panteão de artistas que um dia brilharam nos palcos terrestres.

Ao falar de uma artista que partiu, a primeira coisa que vem na minha lembrança é a grandiosidade dela em cena. Phedra foi atriz, vedete e bailarina. O talento e a luz eram marcantes para qualquer um que teve a oportunidade de vê-la no palco. Eu, além de ter tido esta oportunidade, também tive a sorte de conversar algumas vezes com ela. E, destes pequenos encontros, o que ficou foi a certeza que essa luz irradiava… no palco e fora dele.

Phedra D. Córdoba

Na Satyrianas de 2016, Phedra D. Córdoba será homenageada pela sua cia. de teatro, Os Satyros. Assim, nós – os espectadores – ganhamos um belo presente. Porque ela representa muito mais que amor ao teatro, simboliza a liberdade de ser o que é. Para quem não sabe, Phedra nasceu Rodolfo. Neste mundo onde, infelizmente, os preconceituosos berram ferozmente, ela conseguiu (com fome de vida, alegria e coragem inerentes) viver as próprias escolhas e mostrar, para nós, que todos temos o direito de ser o que quisermos… e ninguém pode interferir nessa escolha.

Phedra D. Córdoba

Nesta homenagem, a Diva da Praça Roosevelt transcende a figura de atriz para virar um ícone contra o preconceito… e mostra a real necessidade de se falar sobre os transexuais e tirá-los da marginalidade. Por isso, recordar de Phedra é um ato de luta contra antigos padrões, é tomar uma posição a favor de uma sociedade com mais aceitação para o outro e é uma declaração que a arte pode quebrar barreiras e mostrar que existe, sim, a possibilidade de vivermos num mundo sem repressão e sem violência. E, com tudo isso, temos a certeza que o legado dela está vivo. Palmas para Phedra D. Córdoba!

Phedra D. Córdoba