Enfim…
Em uma breve retrospectiva, essa coluna começou assim:
Dia 23 de dezembro de 2016.
Por volta de 16:30, meu editor-chefe me pede para escrever uma coluna sobre 2016.
Dia 24 de dezembro de 2016.
Natal e procrastinação.
Dia 25 de dezembro de 2016.
Ressaca de natal e mais procrastinação.
Dia 26 de dezembro de 2016.
Pura procrastinação… sem nenhuma boa justificativa.
Dia 27 de dezembro de 2016.
Por volta de 16:00, me sento para começar a escrever a minha última coluna do ano.
16:30, sou marcado numa publicação, noticiando a morte de Carrie Fisher.
…
A Princesa Leia tinha morrido…
Tudo que tinha pensando em escrever foi para a casa do caralho… simples assim!
Na última semana de 2016, a melhor de todas as princesas se foi.
Aquela que nunca foi indefesa, que nunca precisou do príncipe encantado no cavalo branco. Aquela que se transformou de princesa em general.
Aquela que é o melhor exemplo de como todas as princesas da Disney deveriam ser…
Enfim…
E é engraçado como a cabeça da gente começa a viajar.
2016 vai entrar para história como um ano fudido. Tantas mortes; e dramas; e crises…
…
Foi fudido…
E pensando na Leia, me lembrei que, alguns dias atrás, iniciei meu pequeno filho na Força. Com ele no meu colo, começamos a assistir ao Episódio IV.
E como fiquei orgulhoso em ver o moleque – de 11 meses – prestando atenção naqueles primeiros minutos, totalmente malucos, elaborados por George Lucas. Ele ria; ficava tenso; e ria novamente…
2016 é o ano em que virei pai! 2016 é o ano em que a mulher da minha vida me deu o maior presente e a maior responsabilidade de todas.
Eu sempre me imaginei sendo uma porrada de coisas, mas nunca tinha me imaginado sendo pai.
Mas 2016 me fez pai…
E como posso deixar esse ano terminar com as pessoas o odiando?
Não dá!
Alguns dias atrás, estávamos no nosso quarto. Coloquei Best Of You – do Foo Fighters – para tocar. A mulher que eu amo estava com o nosso filho no colo, cantando e dançando. Ele sorria. Então um dos nossos cachorros veio “falar” comigo. Parecia que ele também queria entrar na dança… peguei ele no colo e comecei a cantar e dançar também.
O pobre do nosso cachorro deve ter odiado, mas a carinha do Bento olhando a cena…
Foi uma das coisas mais incríveis que já tive o prazer de vivenciar! E uma das coisas que nunca vou esquecer!
E isso – para mim – talvez tenha sido a maior representação do que foi 2016!
OK! Vocês podem falar que um monte de gente bacana se foi…
Que um monte de tragédias mudou várias vidas para sempre…
A gente viu a democracia morrer com um estrondoso bater de panelas…
Realmente é difícil defender 2016…
Mas, se me perguntarem o que eu achei desse ano… eu vou olhar para um lado, para o outro; abrir um sorriso; e falar que foi o melhor de todos!
Entre todas as tragédias, todos os problemas, todos os dramas, todas as reviravoltas…
Se cada um de nós parar e pensar com calma em tudo o que passou, vamos descobrir uma pontinha de esperança e terminar o ano com aquele sorrisinho no canto do rosto… e preparados para o que vem por aí em 2017.
A princesa se foi. E, com isso, transformou a última cena do maior filme do ano em pura poesia e em algo maior…
Sei lá! Talvez essa também possa ser uma boa representação de 2016…
…
Acho que essa deve ser a coluna mais pessoal que já escrevi aqui no SHOTS…
Eu sou pai! E não existe nada mais incrível que isso!
Acho que tenho o direito de fechar esse ano abrindo o coração assim, né?
Enfim…