Que eu saiba, Grey’s Anatomy não vai acabar nunca
Comentei qualquer coisa sobre Grey’s Anatomy com uma amiga, que inclusive foi a traficante pessoa responsável por me viciar nesta droga série. E o seguinte diálogo aconteceu:
– Grey’s Anatomy não vai acabar, não? (ela perguntou)
– Que eu saiba, literalmente, não. (respondi)
Eu li em algum lugar: Shonda Rhimes declarou que enquanto a Ellen Pompeo (Meredith Grey) quiser fazer a série, ela continuará escrevendo-a. Lindo, né? Mas espera.
Quem acompanha esta série está mais do que acostumado com a galera morrendo (Game Of Thrones não é nada comparado à Grey’s Anatomy em número de mortes de bons personagens), sabe que aquele hospital deve ter um programa da Sonia Abrão próprio, para tratar só das tragédias que acontecem lá.
Sabe também que se você é um dos médicos e vai fazer uma cirurgia, OBRIGATORIAMENTE precisa conversar sobre sua vida amorosa em cima do paciente, aquele com o peito aberto à sua frente…
Fica muito tenso toda vez que um personagem está se deslocando para algum lugar de carro/ônibus/helicóptero e que nunca, JAMAIS, deve entrar num avião com Meredith Grey.
A gente aceita alguns exageros, mas estão perdendo a noção em certas coisas.
Shonda levou a ShondaLand (produtora) para a Netflix recentemente e, na minha opinião, que sou fã de Grey’s Anatomy, fico preocupado com o formato de streaming nessa série, que está mais para um novelão.
Para quem acompanha semanalmente pela TV americana, talvez não se apegue a alguns detalhes e exageros. Quando for para o streaming, não consigo imaginar mais uma temporada de 23/24 episódios, que permita – ao telespectador – assistir tudo de uma vez, maratonar.
Tem muita enrolação, muito detalhe deixado de lado. A perna mecânica da Robbins, por exemplo, ou o fato dela não ter um membro, passa completamente batido e só é lembrado quando é conveniente.
Em um episódio da 13ª temporada, ela aparece com um sapato aberto que mostrava o peito do pé e pernas cruzadas num sofá, para – cenas depois – aparecer transando na cama sem uma perna.
Tem muito drama bom que pode servir de gancho para temporadas inteiras.
Não acho que precisa mais ficar derrubando avião, provocando acidente de carro, incêndio de ônibus, furacão… e todas as tragédias que usam como muleta, todo fim de temporada.
A última, agora, sem querer dar spoiler, foi a – totalmente desnecessária – explosão de uma ala do hospital. Aí, novamente, voltam a pecar nos detalhes. A escada de cimento, que normalmente teria porta corta-fogo, estava em chamas num dado momento.
Minha torcida é para temporadas mais enxutas, padrão Netflix, com os dramas mais aprofundados, como já flertaram antes, na 10ª temporada, com aquele efeito de luz e imagens da Meredith, quando criança.
Desta forma, pode durar para sempre, sim… por mim, OK.
Vida longa à novelona médica e chega de explodir os médicos, amém.