Música

Bon Jovi: show cercado de expectativas termina em frustração

servido por: Otto Herok Netto

Com 35 anos de carreira, esta foi a primeira vez que Bon Jovi desembarcou em terras gaúchas para um show. Mais especificamente, no Estádio Beira-Rio, aquele que pertence a um clube da Série B. Portanto, havia muita expectativa no ar. Imagina: você está lá, paquerando aquela pessoa bacana, inteligente, bonita, sexy, quando – de repente – ela topa sair contigo. É normal rolar uma devida apreensão, um certo nervosismo para que tudo dê certo. Pois, ao longo do espetáculo, a grande expectativa deu lugar à frustração. Algumas boas recordações da adolescência evaporaram naquela noite do dia 19 de setembro, regada a goles de Itapaiva (eca!!!), custando violentos R$15 cada latinha.

Os principais motivos – para a broxada meio que geral (apesar de alguns considerarem “o show da vida”) – foram dois. O primeiro foi o baixo volume do som. Talvez estivesse bom para quem estava na fila do gargarejo. Mas os que ficaram um pouco mais para trás, na parte do estádio determinada como pista… lá quase não se ouvia nada. Nem mesmo quando Jon Bon Jovi conversava com a plateia, o som era bom. E pior que não parecia truque para disfarçar voz desgastada ou algo assim. A impressão que me deu: operador de som deixou o volume lá no 02 e foi dar uma volta pelos botecos da capital gaúcha.

Quer coisa mais broxante que show de rock com volume baixo??!!

A segunda razão – para essa falta de tesão no show – é o setlist. A escolha das músicas foi muito, mas bastante equivocada. Abrir os trabalhos com “This House Is Not For Sale”, faixa-título do último disco, não foi das coisas mais inteligentes. Depois vieram alguns hits, como: “You Give Love A Bad Name”, “Runaway”, “Bed Of Roses”, “Wanted Dead Or Alive”, entre outros. O problema é que, intercalados com esses clássicos, estavam canções do novo repertório e essas, definitivamente, não caíram no gosto da galera.

O show parecia não engrenar por conta das canções recentes. Ainda mais com o som num volume tão baixo como estava. Talvez uma “limpada” nessas músicas novas e unir os clássicos em pequenos blocos do setlist (coisa básica para esta banda que tem repertório tão vasto).

O final ainda deu uma amenizada, com mais clássicos, como “Bad Medicine”, “In These Arms”, “Keep The Faith” e “Livin’ On A Prayer”. Mas faltaram algumas canções, por exemplo: “I’ll Be There For You”, “Always”, “These Days”, entre outras. A ausência de Richie Sambora foi sentida, até porque o cara é um grande músico e era uma das figuras centrais do grupo. Mas a dupla Phil X (guitarra solo) e John Shanks (guitarra base) deram conta do recado. Jon Bon Jovi continua em plena forma… um grande vocalista e frontman carismático, mas precisa – urgentemente – contratar um novo operador de áudio.