Resenha

Sacanagi, Panini…

servido por: Vitor Leobons

Em 2017, Arlequina completou 25 anos. Para homenageá-la, a DC Comics anunciou que não teríamos um Dia do Batman nesse ano, mas – sim – uma data todinha dela.

Só para constar: iniciativa bacana, mas não vi os fãs aderindo…

Enfim…

Seguindo…

Entre os lançamentos programados para celebrar o tal dia, um entrou em pré-venda recentemente e me chamou a atenção…

Em 2015, a Panini lançou – por aqui – uma HQ da personagem pelo selo Os Novos 52. E é esse material que está sendo relançado em versão capa dura… então, resolvi desencavar o encadernado da estante para fazer esta breve resenha.

Pois bem…

Não gostei de Os Novos 52, 90% é puro lixo.

Mas sempre curti o trabalho do Jimmy Palmiotti, acho que Amanda Conner é uma das melhores desenhistas em atividade e, na minha opinião, a Arlequina tem tudo para ser ótima personagem!

Razões suficientes para me deixar curioso sobre a HQ na época… um fato lamentável, Amanda Conner não desenha (só capas e algumas páginas), mas – felizmente – as histórias são legais!

A edição 0, que abre o encadernado, é interessante e possui um rodízio de artistas… isso cria ritmo.

A exemplo do Deadpool – na concorrência –, explode a quarta parede.

O saudoso Darwyn Cooke, Bruce Timm, Walt Simonson, Sam Kieth, Jim Lee e Adam Hughes são alguns dos artistas que nos dão belas, diferentes interpretações da Harley.

A trama é bobinha. Mas diverte. E muito! Além de servir como apresentação para a nova realidade da personagem.

Ex-parceira do Coringa, Arlequina herda, dum antigo paciente dela (Asilo Arkham), um prédio de frente para a praia, em Coney Island. Habitado por um sem-número de criaturas bizarras, que trabalham num show burlesco no térreo do imóvel. Então, Harley se muda e as novas aventuras começam a partir daí…

São despretensiosas no último grau, rápidas, recheadas com referências… violentas! Você não vai espremer e escorrer sangue, como num Justiceiro Max, por exemplo, mas tem uma bela cota de violência.

P.S.: a metalinguagem – primeira e última história do encadernado – é bacaninha… nada que Mulher-Hulk, de John Byrne, não tenha feito muito antes, mas funciona. Rende umas boas risadas, se você entrar na onda…

Os coadjuvantes têm personalidade. Exagerados e caricatos, mas funcionam se você aceitar que está lendo um gibi escapista, despretensioso, desnecessário…

E os desenhos… se nada geniais e únicos, pelo menos não são completamente desastrosos. Ah, a ambientação é ótima!

Eu problematizei mais aqui.

Ainda tenho a mesma opinião, mas – no final das contas – é uma grande bobagem divertida…

Agora, um ponto precisa ser destacado! Esse material, que a Panini está relançando, é exatamente igual ao anterior! São dois encadernados com as mesmas histórias! Mas nomes (e acabamentos) diferentes! E o release do último volume não faz menção alguma a esse fato…

O que eu acho uma puta sacanagem!

Enfim…