Rumo à Guerra Infinita

Homem de Ferro 3

servido por: Vitor Leobons

P.S.: como ninguém gosta ou lembra desse filme mesmo, o texto vai ter alguns spoilers! OK?

A Marvel Studios tinha se tornado a menina dos olhos de Hollywood à época em que HdF3 foi lançado. Ciente da importância para o projeto em andamento, Robert Downey Jr. voltou – com muito mais poder – para encerrar a trilogia do personagem que o consagrou. Favreau não voltou à cadeira de direção… fofocas de bastidores dizem que ele ficou aborrecido por não ter sido escalado para o primeiro longa de Vingadores e optou por seguir outros caminhos. Não parece ter sido um divórcio complicado… afinal, ele retorna ao papel de Happy Hogan nesse terceiro filme…

O roteiro e a cadeira de direção foram ocupados por Shane Black. Roteirista do primeiro Máquina Mortífera, Shane foi o responsável por colocar Downey Jr. novamente nos holofotes com o excelente Kiss Kiss Bang Bang (Beijos e Tiros).

Depois do terremoto que foi Os Vingadores, todo mundo esperava pelo próximo filme do estúdio. E iniciar a segunda fase com mais um longa do personagem mais popular do projeto foi – comercialmente – um golpe de mestre, comprovado pela bilheteria, que superou a de Homem de Ferro 2.

Mas o filme é uma droga!

A liberdade criativa, dada ao astro e ao diretor/roteirista, acabou rendendo um filme que destoa completamente dos filmes do MCU, em termos de tom e ritmo. Mais fofoca? O vilão original era a cientista Maya Hansen, interpretada por Rebecca Hall, mas dizem que Ike Perlmutter não curtiu a ideia e vetou… ele era o chefão da Marvel e teve uma série de problemas com Kevin Feige. Até chegar ao ponto de Feige ameaçar largar o cargo… o que gerou uma breve mudança e deixou o presidente da Marvel Studios e trupe fora da sombra de Perlmutter, mas não sem antes fazer o longa dos Inumanos de vítima… enfim…

Voltando…

As piadas, apesar de boas, são muito mal dosadas e colocadas na hora e no lugar errados. Em muitos momentos, elas quebram completamente o ritmo do filme e tiram o peso de situações mais dramáticas. A barriga no meio do longa é monstruosa! A inclusão do garoto como parceiro, apesar de breve, é um recurso dos piores! Novamente, o vilão é a versão maligna do herói! O final tenta ser apoteótico, mas acaba vazio: pela falta de coragem em sacrificar um personagem; as piadas, que acabaram com qualquer impacto que a suposta morte poderia vir a ter; e ainda tem a mudança no status quo de Tony Stark, que acabou sendo esquecida nos filmes seguintes.

Na verdade, HdF3 mora no mesmo limbo que O Incrível Hulk, esquecido pelo estúdio e pelos fãs.

É interessante – e convincente – o trauma do personagem após toda a confusão de Os Vingadores. E eu acho que a identidade do Mandarim é um plot point curioso e bem sacana. Caso não tivesse acontecido, a repetição do vilão ser a versão maligna do mocinho poderia ter sido evitada… eu achei uma bela pegadinha e ri muito disso ao assistir à cena, mas os fãs odiaram e até a própria Marvel Studios parece ter se arrependido, fato comprovado com o lançamento de All Hail the King.

Enfim…

No fim das contas, HdF3 é uma porcaria… um erro que nunca mais foi repetido pelo estúdio!

Ainda bem!

P.S.: depois de terminar o texto, fiquei pensando que HdF3 pode ser considerado um ótimo estudo de personagens. E vocês já notaram que, ao classificar algo assim, eleva o alvo desse elogio a outros níveis? Mas, continuando… se pegarmos a motivação do vilão, a mudança de perspectiva do protagonista, a relação com Happy e – principalmente – Pepper, a ausência deles ao longo do filme, a dependência da armadura… dá para divagar em como as peças, na verdade, foram pensadas e colocadas de forma estratégica, para fazer, do fim da trilogia do Vingador Dourado, um estudo de quem ele é!