Thor: Ragnarok
Após dois filmes, Thor precisava de algo diferente! Um tanto memorável!
Cara!
Thor: Ragnarok é bom demais!
Usa e abusa do “exagero pop” que o sucesso de dois Guardiões da Galáxia inseriu no MCU.
Arma um reboot na franquia do personagem… no melhor estilo Marvel Comics! Criando um novo ponto de partida, sem necessariamente apagar o que veio antes.
É a prova concreta de que o estúdio não tem medo ao arriscar. E junto com Capitão América: Guerra Civil, é mais uma porrada que arrebenta o status quo do MCU, construído durante as fases 1 e 2, preparando um caminho para a chegada de Thanos.
Thor saiu de Era de Ultron com a missão de encontrar as Joias do Infinito.
Inicia Ragnarok preso por Surtur. E começa aí um dos filmes mais iconoclastas da Marvel Studios!
Sim! Nós temos o Ragnarok. Mas ele é mostrado de uma forma inusitada e surpreendente. Com uma piada sobre a outra, Taika Waititi destrói o universo do personagem para construir algo completamente novo.
Em um ritmo acelerado, nós temos a ligação com o final de Vingadores. Logo após, as consequências de Loki ter tomado o trono em Asgard (a peça teatral, com participação de Matt Damon, é simplesmente genial). E segue com o destino de Odin, uma participação do Doutor Estranho, a chegada de Hela. Até a destruição do Mjölnir e um exílio! isso apenas no primeiro ato do filme!
Então… a adaptação do arco Planeta Hulk – dos quadrinhos – toma conta da tela. E faz isso no melhor estilo Marvel Studios: pega os elementos mais interessantes, remontando do jeito que acham melhor.
Tecnicamente, o filme é impecável! Os efeitos seguem o padrão Marvel Studios e não decepcionam. Surtur é um monstro gigantesco, assustador. Hulk nunca foi tão realista. E a cena das Valquírias lutando contra Hela é – simplesmente – linda!
Inclusive a personagem é um dos melhores trunfos desse filme. Um ótimo acréscimo à franquia Deus do Trovão. Na verdade, o roteiro sabe costurar – muito bem – todos os novos integrantes. Korg, interpretado pelo próprio diretor, mediante captura de movimentos no set, consegue ser tão carismático, que merecia um dos curtas da Marvel Studios só para ele. O conflito vivido pelo Executor é um breve detalhe, que só confirma isso. Mas, mesmo assim, a trama tem derrapadas… como Hulk chegou em Saakar é uma forçada que passa sem muita vontade de ser explicada. Mas, concomitantemente, consegue dar conta ao não deixar o espectador se perder no amontoado de coisas que existem no primeiro ato.
16 filmes depois, o estúdio ainda insiste no vilão ser a versão maligna do mocinho. Talvez só o primeiro Guardiões da Galáxia tenha fugido dessa fórmula… enfim…
Mas dois pontos explodiram minha cabeça no terceiro filme do Deus do Trovão: Immigrant Song e a arte de Jack Kirby!
O uso da música do Led Zeppelin – no filme – é tão óbvia, simples e direta, que não consigo entender como não pensaram nisso antes.
Immigrant Song toca em dois momentos-chave do filme. E aposto: não teve um espectador, que tenha passado por essas duas sequências, sem cantarolar e balançar a cabeça, com aquele sorriso no canto da boca.
Foda! Funciona muito bem! E faz com que Thor: Ragnarok abrace um lado pop sem o menor receio.
O outro ponto é a arte de Jack Kirby! The King foi o pilar visual do Universo Marvel nos quadrinhos. A arte e designers dele possuem características marcantes. Ragnarok usa e abusa do estilo Kirby! Nenhum outro longa da Marvel Studios fez isso com tanto gosto. Whedon e Vingadores souberam levar a narrativa de uma página dos quadrinhos para os filmes. Taika Waititi e Ragnarok conseguiram fazer a ligação com o material original pela direção de arte inspirada…
E, ao juntar o visual inspirado na arte de Kirby, com o reboot sem apagar a cronologia, acho que – por mais fiéis que tentassem ser com as produções anteriores – Feige e gangue nunca nos entregaram um filme tão “Marvel Way of Comics” como conseguiram fazer com esse final da trilogia do Thor.
E mais do que isso! Nos entregam uma das melhores comédias de ação dos últimos tempos em Hollywood!
Porque Thor: Ragnarok é uma comédia de ação! Aconteceu na primeira vez que assisti e se repetiu ao conferir de novo: a todo momento, me lembrava do clássico de John Carpenter, Os Aventureiros do Bairro Proibido. Como lá, Taika Waititi faz com que drama e suspense sejam quebrados por cenas que expõem o protagonista ao ridículo, além das situações excêntricas.
Enfim…
Eu adoraria ver mais comédias de ação em Hollywood…
Enfim…
Dito isso!
Thor sempre teve uma veia cômica pesada nos filmes da Marvel Studios. Tanto na própria franquia, quanto nos dois Vingadores. Uma gozação que vinha da arrogância e segurança desse personagem diante do perigo. E é dessa maneira que o longa ganha forma, com foco no humor.
Como disse: adoro comédias de ação… então… me julguem…