Pressionado por comissões parlamentares e pela ameaça de perder mais de 150 milhões de reais em verbas publicitárias governamentais, o SBT teria decidido retirar – ao menos, temporariamente – a âncora e comentarista Rachel Sheherazade do ar.

Se for verdade, lamentável uma emissora de televisão, importante como é a TV do mestre Silvio Santos, ceder a pressão, a interesses econômicos e a meia dúzia de alienados.

“O jornalismo brasileiro anda amordaçado. O jornalista brasileiro é inteligentíssimo, mas ele vive por trás de ideologias e politicismo. Se o Sindicado dos Jornalistas defende a censura, tudo vai acabar na opressão”, declarou Rachel.

Não estou aqui defendendo a jornalista, até porque ela não precisa disso. Estou aqui defendendo a liberdade de expressão, a possibilidade (rara) de ver uma pessoa pública, conhecida da grande massa, opinar sobre um assunto, em vez de receber mais do mesmo, como acontece em todos os outros telejornais.

Cansei de ver emissoras (seja A, B ou C) exibirem matérias contra algum político (porque é “inimigo”, porque o rival é “aliado”, etc.), contra alguma empresa (aí pode mostrar a marca, denegrir, porque tem tem alguma treta entre os dois – porque, normalmente, ai do editor que deixar a marca vazar!)… ou seja, os interesses da empresa aparecem bem, mas bem antes do dever: informar o público.

Lógico que ela incomoda: fala mal de político ladrão (esses das comissões inclusive), ataca uma polícia que brinca de combater o crime. Ou seja, defende o interesse do cidadão, que deveria ser a única preocupação de todo jornalista!

Mas o problema é enorme! Poucos fazem ideia. Por quê? Porque os próprios colegas atacam Rachel. Uns (para não dizer vários) têm relações obscuras com os corruptos: seja político, seja polícia. Ouvi a seguinte manifestação de um repórter: só fala merda! Outro: nunca trabalhou num grande centro antes para virar comentarista!

Adoro essa parte! O primeiro, ao se manifestar assim, claramente é moldado pelo jornalismo de hoje, aquele jornalismo que está cada vez mais distante do jornalismo. O segundo, totalmente equivocado. Desde quando o brasileiro nasce apenas no Rio de Janeiro, São Paulo ou Brasília? Tudo bem, isso é regra para o Jornal Nacional, que metade do tempo mostra a realidade de outros países (deve ser para mostrar que pode, mesmo sustentando uma incoerência – o jornal tem nacional no nome, né???).

O problema dela é estar no principal jornal da casa. Porque os jornalistas/apresentadores da Record cansam de demonstrar insatisfação (Marcelo Rezende, Reinaldo Gottino, William Travassos, Wagner Montes, etc.), mas o mesmo não acontece no principal jornal da emissora, o Jornal da Record.

Mais uma vez, quero deixar claro que nem sempre concordo com o que ela diz, apenas penso ser necessário ouvir algo diferente, que não está engessado.

A desculpa oficial da emissora: a jornalista está de férias, mas isso não é verdade. Sheherazade já havia tirado férias em janeiro.

A assessoria de imprensa do SBT confirma que a apresentadora está de férias desde o dia 31 de março e afirma que ela teve esse período de férias agora para não coincidir com o início da cobertura da Copa do Mundo. “Tirei 12 dias, dos 30 dias de férias a que tenho direito no ano, e escolhi este período para coincidir com o aniversário da minha filha, que costumo comemorar em João Pessoa, com a família e os amigos”, sustenta Rachel.

De “férias” na capital paraibana, Rachel desmentiu os boatos, nas redes sociais, sobre o afastamento. Ela destacou que não sofre influências corporativas ou políticas e permanece livre para opinar no jornal.

“A única pressão sobre minha liberdade de expressão parte de dois pequenos partidos de esquerda: PSOL e PCdoB, que ingressaram com representações contra a liberdade de imprensa e meu direito de livre expressão. Estão pressionando o SBT para me afastar, me calar, sob pena de suspensão de publicidade estatal e perda de concessão! Onde eles pensam que estão? Em Cuba? Na Venezuela? Ainda bem que, acima da fúria censora, há uma Constituição que garante o livre pensar e o trabalho livre da imprensa.”

O SBT também está sob investigação pela Procuradoria Geral da República, por suposta apologia ao crime.

Rachel ficou na berlinda em fevereiro, quando justificou a ação de um grupo, no Rio, que acorrentou um infrator (que já havia realizado outros crimes na área e continuava impune) a um poste. Embora boa parte dos comentários tenham sido favoráveis à jornalista, a opinião caiu pessimamente entre grupos de direitos humanos.

Minha opinião: esses seres de direitos humanos nasceram para proteger bandidos! Que fique bem claro isso!!

Já viu, alguma vez, eles defenderem algum cidadão de bem??? Eu nunca vi! Ou são sustentados por bandidos ou tem o feitiche de transar com bandido, só pode!!!

Quero que todos, TODOS, vão pro inferno!!!

Sobre o comentário (que gerou a maior polêmica e divisão de opiniões no país), a jornalista não voltou atrás e garantiu que “quis dizer o que ela disse”. E se justificou afirmando que não defendeu o direito de espancar, nem de fazer justiça com as próprias mãos, mas o direito de se defender.

Concordo.

“Eu tive muito mais repercussão positiva do que negativa sobre o que eu disse. Eu falo o que muitas pessoas gostariam de dizer e não têm coragem”.

Na página dela no Facebook, Rachel desmentiu que esteja afastada. “Mais uma vez, desfazendo boatos. Estou de férias e volto à bancada do SBT Brasil no dia 14 de abril (segunda-feira)”, escreveu.

Agora é saber se volta do mesmo jeito que saiu… ou se esse “período de descanso” vai amansar a fera.