Intolerância

Direitos humanos, para quê/quem?

servido por: Fabio Balek

Por todo lado, se ouve dizer, por meio de alguns seres (des)humanos, que direitos humanos deveriam ser apenas para humanos direitos.

Será mesmo?

Ao se aprofundar um pouco no assunto, de maneira bem rasa, com auxílio da internet, reflita… o que difere o tal humano direito de outro teoricamente menos humano?

Hipotética e primeiramente, base; depois, recurso e oportunidade.

Diferente do que muita gente pensa, os direitos humanos são essenciais na vida de todos e não se aplicam apenas às pessoas que habitam os presídios, não.

Estes direitos cabem também ao morador de rua, à criança carente, ao idoso, ao jovem, à mulher, ao homossexual, ao negro, ao árabe, ao norte-americano e até ao ser mais rico do mundo – em outras palavras, aplica-se a todos os humanos.

A criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948, trouxe, de um modo completo e uniforme, o que é, para que serve, onde e como se aplica, com o endosso da ONU.

Infelizmente, ele ainda é um texto com pouca aplicação prática, só observar os 193 países membros da mesma Organização das Nações Unidas e constatar quantos dão plenas condições básicas de desenvolvimento a seus habitantes, nativos ou não.

Aqui, no Brasil, uma parte da sociedade acha que os direitos humanos são piada.

São chacoteados na TV, nos programas sensacionalistas, na exploração da imagem do delinquente (geralmente, este é pobre e negro). A mídia endossa esse papel nos noticiários e em outros produtos, como novelas, por exemplo.

Sem contar as declarações de Marco Feliciano, enquanto representante dos Direitos Humanos no Brasil, já que são claramente contrárias a um comportamento minimamente fraterno.

Os direitos humanos também não são cumpridos mundo afora: guerras, civis morrendo nos rincões do mundo, perseguição a imigrantes. Poucas nações, realmente desenvolvidas, conseguem prover, a seus habitantes, alimentação adequada, acesso à moradia, emprego, ensino de qualidade, transporte suficiente, infraestrutura, saneamento básico, atendimento médico, entre outras coisas. Ou seja, prover tudo que um humano precisa para que possa viver com dignidade e plenitude.

A maior parte do planeta convive com a pobreza, a miséria, a ignorância… intolerância.

Claro… o que se observa, é uma melhora, mas demasiadamente lenta e pouco significativa. É necessário mais pujança e vontade governamental, principalmente, e de maneira globalizada.

A problemática da concepção dos Direitos Humanos ainda são os valores, toda a mencionada utopia e a disseminação de conhecimento destes direitos.

Pouca gente sabe o que é; e quem não sabe, não quer saber ou não tem acesso.

Então, se “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência, e devem agir, em relação uns aos outros, com espírito de fraternidade”, segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, por que ainda nos matamos, nos machucamos, não nos respeitamos?

Por que ainda não aprendemos a ser gentis, solidários?

Em sociedades ditas evoluídas, comportamentos mais leves e gentis tornam o lugar melhor… assim sendo, apenas este parágrafo já faz sentido por si só.

Então, de modo prático, vamos voltar ao início do texto, quando se falou do presidiário: muitos são fruto do próprio meio, a maioria. Normalmente, um meio hostil, sem escolas, hospitais, segurança… ou seja, violento, sem saneamento básico… aliás, sem o básico… muitas vezes, sem comida. Em contrapartida a esta série de dificuldades, sobra acesso ao crime, ao narcótico e ao narcotráfico, e a tudo que o permeia.

Este ambiente, definitivamente, não é fraternal, tampouco maternal.

É hostil… e para uma criança – no cerne da formação –, isto faz toda a diferença. As exceções não contam, nem positiva, nem negativamente.

Se você acha que o mundo está complicado, quer mudá-lo de algum jeito?

Sugestão: comece dentro de sua própria casa, tratando todos com carinho; assim como no seu trabalho; no seu bairro, seus vizinhos; na sua cidade: no metrô, no ônibus, no trânsito, de carro, a pé ou de bicicleta. Dissemine a fraternidade, a solidariedade, a caridade.

Você talvez ainda ache que os valores dos Direitos Humanos sejam algo desprezível. No entanto, comece pelo paragráfo dito acima, é o primeiro da Declaração Universal dos Direitos Humanos, se fizer sentido a você, já é o suficiente.