Um dia (no ano) é pouco!

Nessa semana, com o “Dia Internacional da Mulher”, nossas redes sociais foram bombardeadas com textos, principalmente delas, pedindo para que os homens se conscientizem dos atos machistas e que respeitem – verdadeiramente – as mulheres. Pego carona nessa onda, que não deveria parar num único dia do ano.
Não é fácil ser mulher, nunca foi… mas, hoje, por causa de tantos movimentos feministas e da luta de muitas mulheres (que não quiseram se submeter às regras da sociedade), temos um pouco mais de voz, conseguimos ter coragem de falar o que pensamos, seja por rede social ou ao vivo, quando nos encontramos numa situação delicada. Mas ainda há tanto a se conquistar: igualdade salarial; soberania sobre o nosso corpo; independência sexual – por mais que muitos achem que temos, é mentira, vivemos à sombra do julgamento quando somos livres sexualmente; autonomia de andar sozinha na rua em qualquer horário e com qualquer roupa, sem ter medo de ser coagida; liberdade de viajar sozinha ou com uma amiga, sem correr o risco de não voltar para casa.
Infelizmente, ainda não temos esses privilégios que a maioria dos homens tem. Vivemos com medo, pensamos muito antes de decidirmos como sair, com quem… e não é algo consciente! É algo que somos ensinadas e se torna automático. Como quebrar esse ciclo social, que esta cada vez mais latente de solução?
Acredito, sim, que a melhor forma é o respeito, a informação, a formação de homens mais conscientes de que os atos reverberam nas pessoas e causam traumas e dificuldades. Precisamos pensar em como educar nossas crianças, para que elas sejam humanas e igualitárias… mas essa mudança tem que começar agora, para podermos colher esses frutos.
Eu tenho orgulho de ser mulher, por mais difícil que seja. Socialmente, sinto-me presenteada pelo universo… mas espero que, um dia, eu possa desfrutar – desse presente – plenamente, sem medo, sem reservas, sem me sentir coagida por ninguém e totalmente absoluta da minha majestade feminina.
Acabo – minha reflexão – agradecendo às grandes mulheres (todas) que já fizeram história, brigando pela nossa liberdade. Espero ser, um dia, motivo de orgulho para elas, lutando pela autonomia de muitas outras mulheres que estão por vir.