Sétima arte

Cinema como deve ser…

servido por: Vitor Leobons

Meu amor me apresentou a Direito de Amar!

E eu sei que essa frase abre um monte de brechas para os questionamentos mais bregas possíveis! Mas eu decidi começar o texto assim… do mesmo jeito!

Julguem-me!

E espero que continuem a leitura…

Enfim…

Seguindo…

O primeiro filme dirigido por Tom Ford é inacreditavelmente bom.

Ford é um esteta! Passou dez anos à frente da Gucci, revitalizou a imagem da grife italiana e se tornou um dos nomes mais importantes do mercado da moda nas últimas décadas.

A preocupação dele com a imagem está presente durante toda a carreira até aqui, mas vai além de apresentar estilo por si só.

E esse primeiro filme é a prova. É aquele tipo de obra que tem total ciência da construção cinematográfica e usa cada elemento em prol próprio. É um prazer ver a fotografia trabalhando junto com o figurino, a cenografia, a maquiagem… cada enquadramento, a interpretação dos atores, a edição, o trabalho sonoro, etc.

É a imagem pensada em função do conteúdo…

Façam um favor a vocês mesmos e assistam! Reparem como o figurino é calculado e os cenários são construídos. Prestem atenção na mudança sutil da fotografia dentro de uma mesma cena… são tantos detalhes que dá vontade de rever o filme várias e várias vezes…

E, sim, Colin Firth é ótimo… isso não é novidade. O desempenho dele no filme é arrebatador! O BAFTA – de melhor ator – é mais do que merecido. E, junto com Julianne Moore, nos dá o prazer de ver cenas deliciosamente bem interpretadas.

O professor universitário que perde o amor da vida dele e, por conta de toda hipocrisia e preconceito da sociedade, é proibido de expressar a dor, o amor… e até mesmo de se despedir do amado. A história é baseada em um romance semiautobiográfico do britânico Christopher Isherwood. Foi polêmico quando lançado em 1964 e é uma porrada muito importante nesses dias onde a intolerância e o preconceito se tornam cada vez mais poderosos.

A trama não se resume a expor nossa hipocrisia e preconceito. Mostra como a vida tem planos próprios e o quanto é importante aproveitar cada momento…

A versão brasileira do título é banal, em comparação ao original, e dá um tom melodramático de telenovela que não era necessário…

Enfim…

Mas… dane-se! É um filme tão bom que isso não chega a arranhar o todo.

É ótimo assistir a um filme que explode seus sentidos e sentimentos… de tão bem pensado e realizado.

Nem todo filme precisa ser assim, mas é lindo quando acontece…