Quando o senador gaúcho Pinheiro Machado deu um pandeiro assinado para o João da Baiana, isso simbolizou a primeira vitória do samba contra a perseguição. Isso aconteceu na década de 10 do século passado. Noel Rosa amava a Vila Isabel, onde “a polícia era camarada”, ou seja, a batucada não era problema. O reconhecimento do prefeito Pedro Ernesto e de Getúlio Vargas nos anos 1930; a era do rádio; o concerto para a rainha Elizabeth II em 1968; e o Show Opinião foram fundamentais para que o samba virasse o ritmo nacional. Contudo, qualquer estilo musical vive de altos e baixos. Nelson Sargento afirmou que o samba agoniza, mas não morre, alguém sempre o socorre, antes do suspiro derradeiro. Já Moreira da Silva dizia que, se não fosse o samba, estaria no bicho. O samba é isso, é resistência popular.