Álcool

Por uma cerveja brasileira de qualidade!

servido por: Diogo Andrade

De uns tempos pra cá, é notório o crescimento de estabelecimentos que tem como foco, ou que dedicam parte do espaço, as cervejas artesanais e importadas.

Além de me deixar muito feliz, isso demonstra duas coisas: o aumento no interesse do brasileiro em conhecer mais sobre cerveja; e, principalmente, o quanto são ruins as brejas produzidas pelas grandes cervejarias aqui no Brasil. (ah, e vale a pena lembrar que a Ambev detém quase 70% do market share no país)

Quem já provou algumas dessas cervejas, sabe bem do que eu estou falando. Você pode até não ter gostado de uma ou outra, mas, com certeza, é inegável que são brejas que tem mais sabor.

Se compararmos, por exemplo, uma cerveja pilsen (que é a mais consumida aqui no Brasil) produzida pela grande cervejaria mencionada ali em cima, com uma outra, só que puro malte, existe um abismo de sabor. E olha que não estou nem falando das importadas.

Uma cerveja puro malte é aquela produzida com os 4 ingredientes básicos: água, malte, lúpulo e levedura. E, nessa linha, existem brejas produzidas no interior de São Paulo, em Teresópolis (Rio de Janeiro) e no Sul, que tem preços acessíveis e dão um banho até na badalada Stela Artois, que é da Ambev também.

Você não precisa ir até a Alemanha… nem gastar uma fortuna para beber uma cervejinha com um mínimo de qualidade na sua casa ou no seu churrasquinho do fim de semana.

Tem até um amigo meu que diz: “achava que não gostava de breja, até que provei cerveja de verdade”. rs

Mas por que as cervejas “convencionais”, aqui no Brasil, são tão ruins? Para mim, a resposta é clara: cereais não-maltados.

Veja bem, não estou dizendo que o uso de cereais não-maltados em si seja ruim, não é isso. Existem várias cervejarias pelo mundo que utilizam componentes, além do malte, para produzir cervejas de qualidade.

Mas, no caso brasileiro, a despeito das declarações das grandes cervejarias, esse tipo de cereal (que aqui, em geral, é milho, arroz e trigo) é utilizado com o objetivo de reduzir o custo. As fabricantes dizem que não é bem assim, que, na verdade, o malte é controlado para se produzir “uma cerveja com características adaptadas ao paladar do consumidor brasileiro: leve, refrescante e de corpo suave”. OK, o discurso pode ser até esse, mas, na prática, como falei ali em cima, quem já provou, percebe a diferença em qualidade.

E tem outra, os próprios especialistas afirmam que, de forma geral, quanto maior o teor de malte, maior a qualidade do produto. Existem exceções, naturalmente, mas não é o caso brasileiro. A legislação, por aqui, determina que a cerveja tem que ter, no mínimo, 55% de malte (o que eu já acho baixo), mas um estudo da USP, do ano passado, demonstrou que algumas têm até menos que isso.

Resumo, cerveja com muito milho.

O mais maneiro dessa história é que, pela lógica econômica, quanto mais cerveja de qualidade for consumida por aqui, maior é o estimulo para que a produção aumente. Então, para quem é aqui do Rio de Janeiro, até em mercados como o Mundial, você encontra brejas puro malte, como – por exemplo – a “Ravache” e a “Sul Americana”. Já comprei a garrafa de 600ml por menos de R$5, que é mais barato do que você paga pela Antartica ou Brahma em qualquer boteco.

Mercados como o Zona Sul, o Pão de Açucar, até o Extra, também possuem várias opções. Além disso, existem lojas especializadas, como: a Premium Brands, que fica em São Cristóvão e tem um bom preço; a Nygri, na Tijuca, que é uma delicatessen bem legal; e no próprio CADEG existem várias delas.

Além disso, há também diversos bares. Recomendo o Botto Bar e o Aconchego Carioca, ali na Praça da Bandeira, e o BeerJack, em Botafogo, só para citar alguns. Enfim, opção não falta, é só procurar se informar.

Bebam, tirem suas próprias conclusões e voltem para comentar.

Um brinde!