O Super, que vale, voltou!
É só nisso que consigo pensar desde que os previews de Superman: Lois & Clark, a revista que traz de volta, à cronologia oficial do Universo DC, o azulão old school.
E enquanto o antigo modelo volta, o novo modelo passa por uma série de mudanças, com a proposta de adaptar o personagem aos novos tempos. Na verdade, desde que Os Novos 52 chegaram, Clark vem sofrendo com essas tentativas de modernização. Ficou mais jovem, mais nervoso e violento, perdeu os pais… recentemente, perdeu a identidade, foi traído pelos amigos e desenhado pelo John Romita, Jr..
Li vários textos analisando essa nova fase do personagem. A validade, a descaracterização, a suposta volta às origens… e fiquei pensando se todas essas mudanças não falam muito mais sobre a gente e o nosso mundo atual, do que sobre boas ou más escolhas editoriais.
Superman sempre foi o melhor, o maior. O líder a ser seguido, não por ser o mais poderoso, mas, sim, pelo exemplo. Para ele, a saída mais fácil não era a melhor. Era alguém que poderia fazer de tudo e, simplesmente, escolheu ajudar. Podia não ser o maior estrategista, mas era alguém que nunca desistiria. Porque sempre existirá uma saída e tudo vai acabar bem.
E, durante anos, foi o maior personagem dos quadrinhos. Quando Marvel e DC resolveram fazer o primeiro grande encontro entre os maiores personagens, quem foi o escolhido?
E quando alguém precisou enfrentar o Ali?
E quando Hollywood resolveu fazer uma primeira grande produção baseada em quadrinhos?
Mas, com o passar dos anos, o personagem foi perdendo a atenção e, lentamente, as trevas foram tomando o lugar da esperança.
Até no cinema, essa mudança de abordagem é gritante… a imortal interpretação do grande Christopher Reeve foi substituída por uma versão carrancuda, com Henry Cavill usando a capa. Uma versão mais triste e menos inspiradora, que talvez não seja capaz de fazer você acreditar que um homem seja capaz de voar. Mas que é, definitivamente, uma versão completamente adequada aos nossos tempos.
E em um mundo que parece estar voltando à idade média, cada vez mais intolerante, machista, preconceituoso, xenófobo e egoísta. Onde a impunidade e a justiça só dependem da classe social e da cor da pele. Onde o bom exemplo, a tolerância e a generosidade são cada vez mais raros. É triste afirmar que esses são os Supermen que nós merecemos.
Mas…
O Super, que vale, está de volta! E talvez esse seja um sinal de que, realmente, sempre existe esperança…
E que tudo vai dar certo!
Afinal, nunca é tão ruim quanto parece!