Quadrinhos

O Índio

servido por: Vitor Leobons

E aí está a minha primeira HQ oficialmente publicada!

E se essa publicação, aqui no SHOTS, fosse um encadernado de luxo bacanão, esse texto seria o equivalente a uma introdução. Só que não vou poder contar com o prazer de ter o meu trabalho endossado por um grande especialista em quadrinhos ou um ilustrador do qual sou fã. Nada de análise detalhada e espirituosa, de alguém que vê o trabalho de fora e vai pescar referências que eu não pensei quando produzi o que produzi…

Cabe a mim defender o indefensável!

Enfim…

Então vamos direto aos fatos?

Em abril do ano passado, um conto do Prof. Edson Rodrigues dos Passos caiu nas minhas mãos… totalmente por acaso. Um conto curtinho, mas deliciosamente irônico e debochado. Tocando, de forma leve e sutil, em temas como preconceito, o nosso medo do novo e diferente, nosso medo do desconhecido. E uns dias depois, já tinha se transformado em uma adaptação leve e despretensiosa para ajudar o primo da mulher que eu amo.

(declaração gratuita que não podia deixar passar…) 😉

Me diverti, não dei muita bola e a vida seguiu…

Um mês depois, voltei ao meu caderno de rascunho e me lembrei das páginas que tinha desenhado. E me lembrei de como os temas abordados no conto original me pareciam tão atuais.

E, nesse meio-tempo, uma obra do Neil Gaiman, em parceria com Dave Mckean, voltou a minha pilha de leitura e deixou a minha cabeça fervilhando…

E Bentinho se anunciou! E foi a gota d’água para transformar o que tinha sido feito de forma tão boba em uma tentativa de algo mais interessante.

O texto original é ótimo e eu precisava dar um jeito de fazer ele ter tanta importância quanto os meus desenhos. E o misto de quadrinho e livro ilustrado, que Gaiman e Mckean tinham realizado, me parecia um caminho interessante.

Quem sou eu para tentar me equiparar? Mas depois de quase 15 dias de noites em claro, sem ter a menor ideia do que estava fazendo, as minhas páginas tinham se transformado em alguma outra coisa. E, agora, quase um ano depois, vendo com as lentes rosadas e desfocadas da lembrança, continuo com a certeza de que não tinha a menor ideia do que estava fazendo, mas que sabia que tinha que fazer. E vejo um montão de defeitos, mas se, no final das contas, consegui alfinetar alguém que vestiu a carapuça…

Já valeu pra cacete!

hehehehehehe…

P.S.: e depois de um texto introdutório, não vou perder a oportunidade de fazer uma dedicatória! Então vamos lá! Para a minha esposa, companheira e melhor parceria no crime que poderia sonhar em ter. Pela inspiração de todo dia, pela jornada até aqui e pelo simples fato de que esse quadrinho não existiria sem ela!

O Índio