Quadrinhos

LADO B

servido por: Vitor Leobons

Marasmo!

Basicamente, é essa a sensação que tenho atualmente, quando me arrisco a ler uma série estrelada pelos medalhões da Marvel ou da DC.

Eu realmente queria evitar o mimimi em relação às atuais aventuras do Batman, Superman, Homem-Aranha, Homem de Ferro e outros medalhões das duas grandes editoras americanas.

Os próprios quadrinhos me fizeram acreditar que sempre existe uma saída, um lado positivo e outras bobagens oriundas de algumas doses de Prozac… e isso é algo que tento levar para a vida.

Então, dentro de tantos reinícios, atualizações e coisas do tipo, continuo tentando achar iniciativas bacanas dentro desse gênero já tão malhado. E não é que minha busca vem sendo retribuída pelo lado B da Marvel?

LADO B

Por alguma razão que ainda não entendi, a mesma Marvel que zera a linha dela anualmente e coisa e tal, vem deixando os personagens de segundo escalão na mão de autores interessados e que vem nos presenteando com interessantes releituras. Alguns desses títulos foram lançados por aqui recentemente e não me deixam mentir…

Punho de Ferro – de Kaaren Andrews – é uma versão surtada de um filme de kung fu de grande orçamento. Desde ninjas-robôs-zumbis até a luta de monstros gigantes em plena Nova Iorque… e acompanhada de uma narrativa de tirar o fôlego, uma diagramação e construção de páginas que valem muitas releituras. É insano e divertido pra cacete. Uma abordagem louca que nos deu um run que vale (e muito) a leitura.

LADO B

E por falar em abordagem louca, temos o Cavaleiro da Lua, de Warren Ellis. Em apenas seis edições, Ellis quebra tudo, faz umas experiências narrativas interessantes e, ao mesmo tempo, sutis pra cacete, nos deixando com gostinho de quero mais… simples e direto, consegue ser violento, assustador, empolgante, em edições com começo, meio e fim. Em um mercado onde as histórias se arrastam por anos, isso é um mérito gigantesco!

LADO B

E ainda temos a (merecidamente) idolatrada passagem da dupla Fraction/Aja pela vida de Clint Barton. Simplesmente genial! Temos a vida de Clint revirada em aventuras cheias de estilo, bom humor e inteligência. A dupla de criadores não poupa esforços para ir se superando e os recursos deles parecem ilimitados… tivemos uma barriguinha aqui e ali, mas o saldo final é simplesmente incrível e para ser lembrado durante anos. Poderia fazer várias colunas falando só sobre as pirações nas narrativas da dupla em várias edições da revista!

LADO B

Eu adoro quadrinhos de super-heróis. Ler um material desse tipo me empolga pra caramba e não consigo deixar de imaginar como seria se a editora deixasse essa iniciativa sair do lado B e chegar ao lado A. E não só a Marvel, mas a DC também… em vez de constantes reboots, mais liberdade para os criadores e fases curtinhas, com começo, meio e fim, que não menosprezem a inteligência do leitor.

Que não menosprezem a continuidade, mas saibam como não transformá-la em uma pedra.

Que não tentem ser únicas e revolucionárias, mas é justamente por isso que acabam sendo.

Seria foda ter uma série do Aranha assim… ou do Super…

Sei lá, meu Prozac ainda pode me deixar sonhar, né?