Tornando-se mulher
Um mundo ideal: sem racismo, sem homofobia, sem machismo e sem a necessidade de movimentos sociais para combater preconceitos e intolerância. Em outras palavras, a característica de cada um não seria o suficiente para ser hostilizado, limitar oportunidades ou até morrer.
Todos deveriam poder assumir o que são e viverem uma vida plena e digna.
Vivemos num mundo brutalizado e preconceituoso… ainda!
Há 30 anos, o termo transfobia era pouco citado, era um termo estranho. Hoje, há grupos – dentro dos movimentos sociais gays/feministas – para o reconhecimento do transexual como homem ou mulher, não dê acordo com o gênero de nascimento, mas conforme a pessoa se sente como indivíduo.
Algumas vitórias, como poder usar o nome social (ou conquistas Brasil afora), são pequenos passos… mas são exceção.
É necessário falar do transexual… mas, nesta semana da mulher, o foco será na transmulher desta vez.
Primeiro, estas pessoas são marginalizadas e estigmatizadas desde criança; são expulsas de casa; muitas acabam na prostituição e continuam sendo violentadas ou mortas – simplesmente – por serem diferentes do que é socialmente aceitável.
Então, caímos em dois grupos oprimidos social e estatisticamente: transexuais e mulheres.
Há um novo partido, que diz focar o trabalho na mulher… então, todas têm que ser representadas e protegidas, tendo nascidas – ou não – com o sexo feminino.
A semana da mulher serve para refletirmos sobre a violência contra elas. Importante estender esta ideia para a mulher trans também.
Toda pessoa, oprimida socialmente, merece atenção e apoio do poder público.
Compreender o porquê da sociedade isolar estas pessoas… por que, apesar do alto número de mortalidade, a categoria “transexual” – no Brasil – é a mais acessada no mundo (em sites pornô)? Isso é para se pensar: qual é a relação? Qual é o papel da sociedade no abandono e na violência contra estas pessoas?
Há de se notar que, como toda minoria, é mais um povo demonizado e sem voz.
Independente da orientação sexual, todo indivíduo merece respeito e toda pessoa sente dor, tem (ou não) autoestima. Agredir estas pessoas, física ou mentalmente, é limitar o desenvolvimento.
Se ainda não podemos dizer um “feliz dia” para elas… para as mulheres trans, o caminho é ainda mais longo.