Recentemente, a Panini republicou Lendas pela coleção Lendas do Universo DC, que vem relançando materiais clássicos – muito bacanas – dos heróis da DC Comics.

Desenhada pelo grande John Byrne, Lendas é o primeiro grande crossover da DC Comics após a épica Crise nas Infinitas Terras. E só para constar: mesmo datada, ainda é uma ótima história.

Mas essa última releitura me chamou muito mais atenção pela dificuldade de se republicar um desses crossovers que as duas grandes editoras estadunidenses tanto adoram…

Lendas teve mais de trinta títulos interligados… é claro que a minissérie central precisa abrir brechas na trama para promover as publicações relacionadas. E, ao ler o encadernado com a história principal apenas, acabamos ficando com uma colcha de retalhos cheia de buracos!

O que mostra como esses crossovers são um grande problema editorial. Se por um lado, servem para apresentar leitores de uma revista a novas publicações… por outro, torna – em alguns casos – impossível acompanhar tudo que acontece.

Nos últimos anos, a DC Comics abandonou um pouco esse recurso, reduzindo os crossovers a apenas revistas de linha. A recente The Button aconteceu somente em alguns números das HQs do Cavaleiro das Trevas e do Corredor Escarlate.

Doomsday Clock, anunciado para 2017, apesar das óbvias ramificações na linha editorial, foi programado para funcionar exclusivamente com a história original.

E a Marvel que, nos últimos anos, lançou uma saga na sequência da outra, sem deixar os leitores respirarem, parece estar repensando a própria linha editorial e anunciou que vai dar um tempo nos crossovers…

Enfim…

Encontro entre personagens – nos quadrinhos – sempre existiu…

Um crossover foi responsável por criar o Multiverso da DC Comics, lá em 1963.

Sempre que podia, Stan colocava os personagens interagindo.

Crise nas Infinitas Terras e Guerras Secretas deram um novo padrão a esse recurso narrativo.

Guerra Civil foi um dos maiores sucessos da Marvel em tempos recentes e Flashpoint mudou tudo na DC Comics.

É uma puta duma dor de cabeça para os editores… às vezes, um contratempo para as histórias que os autores querem contar.

E…

Bom…

Não estou afim de problematizar hoje…

Crossovers são uma faca de dois gumes… e tenho dito!