Cargo
Cargo, com Martin Freeman, chegou na Netflix.
Material baseado num curta lançado em 2013, dirigido por Ben Howling e Yolanda Ramke. Sutil, a história é contada nos detalhes e sem nenhum diálogo.
Triste, agoniante e – ao mesmo tempo, de uma forma bem estranha – nos dá um final feliz. É fantástico!
Quando vi pela primeira vez, o curta me marcou pra cacete. Significou ainda mais quando assisti depois de ser pai…
Então, dá para imaginar a minha expectativa quando descobri que fariam um longa baseado naquele filme?
Parecia uma péssima ideia? Sim! Precisava de um longa-metragem sobre aquela história? Não!
Mas eu tenho fé…
Só para constar, os diretores do curta assinam também a direção desse longa… o que acaba sendo uma faca de dois gumes. Por um lado, com orçamento maior, usam argumentos que precisaram deixar de fora na produção anterior. Mas podem se tornar repetitivos e, na tentativa de gerar o mesmo impacto da obra original, criar algo sem sal.
Mas eu tenho fé…
E o longa-metragem é bom! Muito! Novos personagens e plot points estão inseridos na história… afinal, precisa cobrir 104 minutos de exibição, não apenas cinco.
A história é tensa durante o tempo inteiro. Como toda boa trama com zumbis, mostra o pior lado do ser humano…
Mas, mesmo sendo muito bem conduzido, com ótimos momentos de terror e tensão, acaba não causando o mesmo impacto que aquele curta. No original, temos uma história sobre paternidade, o sacrifício do pai para deixar a filha segura… tornando-se muito mais que apenas outro filme de zumbis.
O longa tenta chegar lá. Mas com essa necessidade de aumentar a trama, acaba abordando outros temas, desviando o foco da relação entre pai e filha…
Como eu disse: é bom! Tem ótimos momentos, uma trilha tensa, Martim Freeman está muito bem. Talvez se não conhecesse o material original, esse impacto seria diferente…