Entre fraldários e problematizações
Dia desses, fui limpar a sujeira dos meus cachorros e vi uma manchete no O Globo que me chamou a atenção (porque, aqui em casa, alguns jornais têm função bem especifica…).
Uns dias antes, minha mulher tinha me marcado num post sobre a saga de um pai para trocar a fralda da filha em um restaurante e a repercussão do caso…
E ao reler a notícia, lembrei que o texto falava sobre projetos de lei, no Rio de Janeiro e em São Paulo, para colocar trocadores também nos banheiros masculinos e, não, apenas nos banheiros femininos…
Enfim…
Fiquei pensando se esses projetos são para serem aplaudidos ou não…
Afinal, precisamos de um projeto de lei para uma questão tão óbvia?
Cara, nós já estamos em 2017! Era para estarmos nos nossos carros voadores, discutindo o direito dos robôs ou sobre o preço da viagem à Marte. Mas estamos por aí, debatendo questões óbvias e discussões que, no final das contas, só me fazem pensar em como precisamos melhorar…
Já troquei a fralda do meu filho em cada lugar maluco, uma situação mais bizarra que a outra…
Em uma unidade da Caixa Econômica Federal, que sequer trocador tinha. Tive que substituir a fralda no chão do banheiro masculino. Com o piso todo forrado de toalha de papel, ele e eu resolvemos o que precisávamos ali mesmo… e nunca mais voltamos naquela agência!
Durante um almoço num restaurante árabe do Largo do Machado… aquele famoso, sabe? Precisei trocar o moleque no banco que fica na frente do estabelecimento, dentro da galeria, porque – novamente – não havia local adequado e não cabia uma pessoa em pé no banheiro! E além da fralda e de todos os procedimentos envolvidos no ato, meu filho e eu ainda tivemos a companhia de um senhor, que sentou ao nosso lado e não parou de reclamar da política e da economia do nosso país.
Além desses dois casos, posso citar vários outros que só mostram como os nossos espaços públicos ainda são os mesmos de décadas atrás e são exemplos de quão a nossa sociedade é parada no tempo…
Fico me perguntando se não é por causa disso que perdemos tempo debatendo e problematizando assuntos que já deveriam ser reconhecidos e muito bem resolvidos no nosso cotidiano.
Sei lá, mas as pessoas ficam tão bonitas emitindo opiniões que não dominam sobre assuntos que não as afetam, não é? Ficam tão cultas e inteligentes… e cheias de personalidade. Acabam sendo todos tão incríveis e donos da verdade.
Enfim…