5 perguntas: Caio Oliveira
Cinco perguntas, profissionais diferentes e um mesmo tema!
Nosso especial está chegando ao fim e o convidado deste quarto bate-papo é responsável pela página Cantinho do Caio no Facebook, com quase 56 mil seguidores. Ilustrador e roteirista que não perde uma oportunidade de fazer piada com o Universo Cinematográfico Marvel e a Distinta Concorrente. Com um humor afiado, Caio Oliveira já lançou as HQs All Hipster Marvel, Alan Moore – O Mago Supremo, entre outras. O que ele tem para nos dizer sobre esse momento do MCU? Vamos as respostas!
SHOTS:
São 10 anos, 18 filmes, uma arrecadação que passou dos 14 bilhões de dólares em bilheteria mundial. Marvel Studios e MCU mudaram a cara de Hollywood? Se sim, como e por quê?
Caio Oliveira:
Sem dúvida, a Marvel Studios mostrou o caminho, mas não mudou… porque os outros estúdios ainda não conseguiram seguir. E, pelos comentários de nomes importantes do meio, como James Cameron (por ironia, já foi cotado para dirigir Spider-Man), quando Hollywood não consegue se adaptar a esse modelo, o pessoal fica na torcida: que seja passageiro.
O que a Marvel Studios fez foi inédito e incrível, mas – por enquanto – tem funcionado apenas para esse estúdio. A Warner Bros. Pictures não tem se dado muito bem com essa mesma proposta.
SHOTS:
Revendo todos os filmes, eu comecei a perceber uma complexidade na narrativa das produções da Marvel Studios. Eles trabalham para uma audiência ampla demais! Vai da criança ao adulto, passando pelo fã e chegando naquele espectador que não conhece nada dos personagens. Não é fácil fazer isso e – principalmente – realizar com sucesso, como eles têm feito. O que você acha desse tipo desafio? O de construir histórias para uma audiência tão ampla…
Caio Oliveira:
Acho fantástico! Já é um grande desafio “encontrar uma voz” que tenha apelo para determinado segmento. Mas ter as manhas para dialogar com tantos tipos de audiência? Explica o poder desse estúdio “novatinho”, ditando tendências em Hollywood.
“Super-herói” não é apenas um gênero…
Porque é possível fazer vários filmes, de gêneros diferentes, com o elemento super-herói.
Homem-Formiga é um heist movie. Guardiões da Galáxia, um sci-fi. O Soldado Invernal foi um thriller de espionagem, etc.
Até mesmo O Cavaleiro das Trevas, para dar devido crédito à concorrência, foi louvado como um baita longa policial. E, não, um “filme de super-herói”.
SHOTS:
E você tem alguma ressalva, determinado ponto negativo nos filmes ou no projeto como um todo. Qual é a sua crítica ao MCU?
Caio Oliveira:
Ao projeto em si, não tenho crítica alguma.
O estúdio e diretores ousaram e mais acertaram que erraram.
Eu, particularmente, não gosto apenas do primeiro Thor e aquele longa do Hulk. Todos os outros, eu considero de bons a excelentes. Já vi gente reclamando que um filme – como Guerra Infinita – é dependente demais de cronologia e que esse seria um defeito do MCU.
Não vejo assim, porque Guerra Infinita é o ponto para onde todos os outros filmes convergiram, então é natural que seja dependente de cronologia.
Mas filmes como Pantera Negra, Homem-Formiga, Doutor Estranho e Guardiões da Galáxia também estão inseridos numa cronologia, mas podem ser assistidos de forma independente. Tem opção para todo mundo!
SHOTS:
Indo além do cinema, eu tenho visto um reflexo dos filmes da Marvel Studios também nos quadrinhos, com o surgimento de novos leitores. Você também tem visto essa “renovação”? E qual é a sua opinião sobre? Tanto positiva, quanto negativa…
Caio Oliveira:
Junto com meu irmão, eu tenho uma pequena livraria, chamada Quinta Capa Quadrinhos.
Acho que todo esforço para trazer novos leitores aos quadrinhos é muito bem-vindo e nós agradecemos! 😀
Infelizmente, eu acabei me tornando aquele leitor velho, ranzinza… o qual só reclama das HQs atuais e vive comprando compilações de quadrinhos velhos dos anos 80/90 (“no meu tempo que era bom!!”).
Então não tenho lido tanto o material mais recente… apenas alguns encadernados aqui e acolá. Por ter me tornado esse leitor amargurado, eu não curto muito quando compro um gibi e vejo alguma editora tentando forçar os personagens a serem uma versão mais próxima possível das contrapartes na tela grande.
Eu entendo a necessidade de gerar essa familiaridade para o leitor ocasional, que compra gibi no impulso gerado pelo filme, é uma decisão comercial acertada.
Mas, para mim, soa forçado demais, não me agrada (coisa de velho turrão, admito).
SHOTS:
Como fã, o que você espera de Vingadores: Guerra Infinita e do MCU daqui para a frente?
Caio Oliveira:
Guerra Infinita foi tudo o que prometeram e mais! Acho que depois da parte 2, a Marvel Studios vai precisar mostrar serviço para se superar.
Mas esses profissionais são bons nisso, em se superar. Eu aposto na tão aguardada estreia do Universo X e no Quarteto Fantástico – de volta ao MCU – num futuro próximo.
Para superar a ameaça do Thanos, só o Galactus.