Se com os trailers, a Marvel tinha minha curiosidade… após ver os dois primeiros episódios de Cavaleiro da Lua, o estúdio tem, novamente, a minha atenção.

Não que eu fosse boicotar a série, caso achasse o início fraco, mas assisti-la depois de realmente ficar intrigado pelo que foi apresentado, vai tornar toda a experiência ainda melhor.

Aqui no Shots, eu já explorei, em alguns textos, a evolução conquistada na minha relação com filmes de terror… e lá vamos nós de novo! O capítulo inicial traz toda a estética, clima e alguns clichês das produções de horror, conseguindo deixar a audiência realmente assustada com a construção, escalada da tensão e até mesmo a forma como filma certos personagens e cenas específicas.

Sem deixar completamente de lado as piadinhas, que geram tantas reclamações na “fórmula Marvel Studios”, a trama consegue surpreender ao explorar lados nunca abordados pelo MCU até então, como o supracitado gênero, e todo o aspecto mítico envolvendo divindades egípcias, receptáculos, invocações e semelhantes. Muito bacana… mesmo.

Sobre o protagonista, pouco pode ser acrescentado ao que já sabemos. Ator incrível, Oscar Isaac consegue se transformar completamente entre as duas personas que habitam aquela pele. Se com o inglês Steven, sentimos toda a fraqueza, insegurança e até raiva pela timidez em cada detalhe, o prepotente, arrogante e f**ão estadunidense Marc Spector permite que ele entregue uma expansividade.

E essa dualidade parece ser o que vai levar boa parte do roteiro adiante, já que, logo no piloto, conseguimos entender a relação dos dois, que vivem no mesmo corpo, e como o controle das ações da carne pode ser cedido por um, ou tomado por outro, dependendo da situação.

No mais, as poucas tomadas de ação são bem diferentes e tentam mudar o status quo do que vemos há mais de 10 anos da Casa das Ideias. Pontos positivos que, assim espero, sigam no restante da primeira temporada.

Pena que o otimismo já reduz bastante com um segundo episódio mais formulaico e menos ousado. Ainda bom. Mas sobe no termômetro de temor com a possibilidade de ser mais um Falcão e o Soldado Invernal.

P.S.: Ethan Hawke está na série. Ao mesmo tempo que promete muito, tem cheiro daquele típico vilão que será mal-aproveitado, em detrimento de uma lutinha envolvendo bichos 3D no final. Tomara que eu esteja errado.