Guerra Infinita

5 perguntas: Thobias Daneluz

servido por: Vitor Leobons

Cinco perguntas, profissionais diferentes e um mesmo tema!

O convidado do nosso terceiro bate-papo é Thobias Daneluz. Na Sociedade da Virtude, foi um dos criadores e responsável pelo visual de uma das melhores paródias envolvendo super-heróis feitas recentemente. Antes disso, ilustrador do Omelete. Thobias já foi indicado ao Troféu HQ Mix com a segunda HQ dele.

Enquanto trabalha no canal da internet, ele respondeu nossa breve entrevista.

SHOTS:
São 10 anos, 18 filmes, uma arrecadação que passou dos 14 bilhões de dólares em bilheteria mundial. Marvel Studios e MCU mudaram a cara de Hollywood? Se sim, como e por quê?

Thobias Daneluz:
Com certeza! Quem – hoje – não fica até o fim dos créditos, esperando uma cena? Ou não procura fragmentos de um mesmo universo em filmes feitos por aquele estúdio?

Mesmo essas situações não sendo criações da Marvel Studios, é graças a ela que tudo isso se fixou na cabeça do público-geral.

Esses são exemplos mínimos, acho que a mudança que o MCU trouxe para Hollywood foi muito maior. Vemos, agora, com Vingadores: Guerra infinita quebrando todos os recordes de bilheteria mundial… se isso for normal, eu não sei o que é chamar atenção.

Basta vermos públicos, os quais nunca leriam uma HQ, virando fãs saudosistas e criadores de teorias, iguais aos fanboys que sempre cultivaram a leitura dos heróis.

Essa, para mim, já é uma mudança e tanto de cenário. Colocando o cinema de super-heróis em um patamar igual ao dos outros gêneros, que sempre estiveram na cabeça da galera. E acho que só tende a ficar ainda maior.

SHOTS:
Revendo todos os filmes, eu comecei a perceber uma complexidade na narrativa das produções da Marvel Studios. Eles trabalham para uma audiência ampla demais! Vai da criança ao adulto, passando pelo fã e chegando naquele espectador que não conhece nada dos personagens. Não é fácil fazer isso e – principalmente – realizar com sucesso, como eles têm feito. O que você acha desse tipo desafio? O de construir histórias para uma audiência tão ampla…

Thobias Daneluz:
Acho EXTREMAMENTE complexo e difícil!

Apresentar toda uma gama de filmes que funcionam como capítulos para quem assiste. Esse trabalho da Marvel Studios é algo para aplaudir de pé!

Mesmo para quem não é fã absoluto da franquia, se encanta com um ou outro longa que esteja presente no universo. E a Marvel Studios consegue abranger todos os tipos de público, justamente por essa diferença que esses filmes trazem entre si.

O importante não é agradar adultos, crianças ou o fã que lê quadrinhos desde os oito anos. Mas, sim, fazer filmes que todos consigam assistir e se envolver com isso.

Graças a tudo isso, construído pela Marvel Studios em 10 anos e 19 filmes, Vingadores: Guerra infinita cai como uma luva para todo mundo que acompanhou essa década dos heróis.

SHOTS:
E você tem alguma ressalva, determinado ponto negativo nos filmes ou no projeto como um todo. Qual é a sua crítica ao MCU?

Thobias Daneluz:
Tenho algumas, mas quase nulas se depender do ponto de vista.

Eu costumo adorar os filmes da Marvel Studios, não sou crítico… nem entendo muita coisa de cinema, mas acho que, às vezes, o estúdio ousa pouco.

Os filmes sempre perpetuam em cima de uma fórmula única, usada desde o começo. Isso, às vezes, torna algumas produções, que poderiam ser muito melhores e originais, em apenas mais um longa da Marvel Studios.

Por outro lado, nos quadrinhos, sempre foi assim. Cada gibi era uma história: dentro duma fórmula, tudo acabava ali e você ficava esperando a próxima HQ chegar na banca.

Não é algo que chega a incomodar. Para mim, o que a Marvel Studios fez, em termos de adaptações, é irretocável, mesmo, e vai ser bem difícil alguém conseguir fazer igual nas telonas.

SHOTS:
Indo além do cinema, eu tenho visto um reflexo dos filmes da Marvel Studios também nos quadrinhos, com o surgimento de novos leitores. Você também tem visto essa “renovação”? E qual é a sua opinião sobre? Tanto positiva, quanto negativa…

Thobias Daneluz:
Aí é que está o ponto da Marvel Studios fazer filmes para todos os públicos. Eu acho que não tem como ter visão negativa sobre isso.

Tudo que estimule leitura e conhecimento, para mim, é válido. Mesmo se, para um garoto de 12 anos, o Homem-Aranha da vida dele seja esse lançado pela Marvel Studios e, não, aquele clássico do Sam Raimi (2001). Se isso levá-lo a conhecer tudo que tem nas HQs antigas ou novas, é algo para se admirar.

Veja quantos novos artistas, escritores, leitores, colecionadores estão aparecendo e ainda vão surgir, graças aos filmes de super-heróis que temos hoje, isso é incrível!

SHOTS:
Como fã, o que você espera de Vingadores: Guerra Infinita e do MCU daqui para a frente?

Thobias Daneluz:
Já vi Vingadores: Guerra infinita… três vezes. E acho que devo ir mais uma. Isso é tudo que um fã do MCU queria assistir no cinema, desde a estreia de Os Vingadores em 2012.

Eu, particularmente, adorei o filme… me arrancou emoções de um garoto que tem 12 anos e sonhava em ver isso nas telonas.

E ele foi feito, realmente, para quem marcou presença no cinema nesses 10 anos de Marvel Studios. É como se fosse um clímax gigante de tudo que vimos nos outros filmes em fragmentos.

É um evento!

Acho que, daqui para frente, a tendência – da MCU – é só crescer e abranger cada vez mais pessoas.

Criaram um vínculo – de uma forma brilhante – com todos esses heróis… e vão continuar trazendo novos personagens nos próximos filmes.

Tem bastante, mas muita coisa para vir ainda… e eu, como fã, não vejo a hora de ver tudo isso no cinema.