Cinema

“O Filme da Minha Vida” – Aquele Filme da Vida Comum e com Graça

servido por: Erick Heras

“O Filme da Minha Vida” é o filme da vida comum de muitos brasileiros, ou seja, em linhas gerais, teria tudo para ser bem chato.

É a história de um rapaz que vive numa cidadezinha da Serra Gaúcha, na década de 60. Filho de francês com brasileira, sai de lá para estudar na capital. E quando regressa para trabalhar como professor, o pai havia decidido abandonar a família. A partir daí, ele se vê envolvido nos conflitos da vida de qualquer jovem adulto daquela e desta época.

Viu, história comum.

Eu não tinha lido absolutamente nada sobre o filme antes de ir vê-lo, portanto estava sem expectativa, o que foi ótimo. Meu único medo era do Selton Mello, que dirige a obra, aparecer atuando.

Não por eu não gostar dele atuando, nada contra, até tenho amigos que são Selton Mello. É pelo fato de que aí seria mais um longa brasileiro com a presença do ator: se você acompanhou o cinema comercial brasileiro do início dos anos 2000, deve saber do que estou falando. Ele estava lá. Em todos! Quando a gente não aguentava mais ver a cara do Selton nos filmes, lá por 2010, ela finalmente deixou de aparecer. A imagem, pois a voz do liquidificador em “Reflexões de um Liquidificador” é do sujeito.

Pois bem, em “O Filme da Minha Vida”, ele… está lá novamente. Vive o amigo chucro da família, Paco, possivelmente uma das melhores atuações dele até hoje. Impecável!

Às vezes, acredito que todas as histórias já foram contadas e o que muda é a forma como são exibidas, especialmente no cinema.

Este filme escolheu o ritmo certo para contar essa história… de muitos de nós. A fotografia é estonteante.

Acho que nunca usei a palavra “estonteante” antes.

É um filme que enche a tela – e nossos olhos – de beleza.

A trilha sonora, que tem de Roberto Carlos a Nina Simone, é uma experiência extra, que me deixa grato por ter escolhido ver no cinema, e não esperar para assistir em casa.

Caso queira ver, novamente, o Selton atuando e num filme belo, completo, vá ao cinema, vale a pena. Se não, cuidado, ele pode aparecer em alguma tela – perto de você – a qualquer momento.