Cinema

Uncharted: Fora do Mapa | Crítica

servido por: Ronald Johnston

Vamos direto ao ponto?

Queria ser o novo Indiana Jones e, mesmo com um puta time e grana, não deu…

Isso é ruim?

Claro que não.

Mas precisava deixar isso claro logo de início, rs…

Eu gostei do filme… esse longa nos proporciona o básico do cinema: diversão.

Já falei: para ver realidade, já basta andar na rua hoje em dia.

Só por isso, já vale as quase duas horas de tela.

Mas tem problemas.

Nem toda produção precisa revolucionar o gênero. Mas (é claro, toda regra tem exceção) no caso de adaptações cinematográficas de games, depois de tanta porcaria… sim, você precisa vir chutando o balde, só para superar a célebre maldição.

E é só graças a uma dupla de protagonistas extremamente carismática que Uncharted – Fora do Mapa merece destaque… mas também está longe de ser memorável.

Temos o humor servido por Tom Holland, além de uma faceta cômica do Mark Wahlberg normalmente depreciada… chega a ser engraçado como estão bem, mas a química entre eles não funciona.

As belas (e obrigatórias) cenas de ação, essas sim, valem o ingresso.

Antes de seguir, para você que está boiando, vou contextualizar:

Nathan Drake (Holland) é um órfão que teve que se virar sozinho desde que foi meio que abandonado pelo irmão e sobrevive com pequenos roubos… até ser recrutado por um caçador de tesouros experiente (Wahlberg).

Aí a trama dos ladrões de artefatos históricos fica repleta de traições e reviravoltas.

Acabou!

Não tem um grande momento original.

“Pô, Ronald! Você falou que não era tão ruim…”

Pessoal, depois do insosso Tomb Raider: A Origem, fico encantado com qualquer adaptação de videogame que me divirta!!

Mesmo assim, com todo esse pessimismo sobre o assunto que é me peculiar, afirmo que, além do já tão enaltecido sorriso, Holland e Wahlberg garantiram mais que um belo pôster (aquele do avião que todo mundo já sabe o contexto pelo trailer – e que eles exploram mais DUAS vezes), a ponto de poder almejar – de fato – um futuro como franquia nas telonas… algo que ficou nítido com a cena pós-créditos.

E por que você falou do dinheiro investido?

O roteiro em si é pouco inspirado, mas serve como desculpa para grandes sequências de perseguição, que, por mais obrigatórias que sejam no gênero, são pelo menos muito bem construídas e montadas em cenários deslumbrantes. Com músicas de fundo estrategicamente planejadas e uma fotografia que pode encantar fâs do gênero.

E outra… contratar o Amigão da Vizinhança como protagonista não é barato! Foi pura estratégia de marketing para ganhar popularidade entre o público jovem.

Mas… a reclamação da comunidade Uncharted foi justamente sobre o script, que adaptou diversas partes dos jogos sem muita coerência e criou um vilão que não existe originalmente.

E por falar no elenco…

Sophia Taylor Ali se destacou, tanto nas cenas de ação, como uma intrusa entre os dois… e, de repente, desapareceu! Sério, apagaram a atriz da conclusão, trazendo de volta no minuto final só para justificar que ela não havia morrido durante as gravações. Presta atenção nisso!

Tati Gabrielle faz o papel de uma gananciosa assassina, contratada por Moncada (Bandeirão da massa!) para reaver o tesouro. Só que a ambição foi grande demais e ela não entrega… o que começa bem termina decepcionante.

E… desculpa, diretor! Você não contrata Antonio Banderas para submetê-lo a isso… não dá!!

Bom, galerinha… é isso! Esta película nunca supera aquela velha sensação de “já vi isso antes”, mas, pelo menos, arranca algumas risadas sinceras do público. Recheado de cenas rasas, poderia ser melhor? Lógico… mas, como inúmeras adaptações sem alma desse nicho nas últimas décadas (nunca se esqueçam de Assassin’s Creed!!), também poderia ser infinitamente pior.

Obs.: já que mencionei justamente esse feeling de “já vi esse filme”, durante a exibição, fiquei mesmo com essa impressão em um momento, mas – esse estalo – era uma memória afetiva! E agora lembrei: Onde está Carmen Sandiego? (1994)!! Que as pesquisas comecem!!