Cinema

Esquema de Risco: Operação Fortune | Crítica

servido por: Ronald Johnston

Em 2023, existe a expectativa pelo lançamento de grandes blockbusters…

E já vou escancarar que não esperava nada desse e me diverti muito assistindo!

Achava que ia aturar quase duas horas do Jason Statham em cenas de perseguição, porradaria e aquela expressão rabugenta de sempre…

Vocês, incríveis como são, já notaram que a questão é mais profunda que um cigano Igor, não estou questionando o talento…

Ele se apropriou tão bem de um estilo, carente de referências hoje em dia, que não faz o menor sentido se afastar desse papel.

E, nessa produção, funciona que é uma beleza…

Aquele jeito canastrão (isso é um elogio) encaixa bem demais na proposta de Guy Ritchie, fora a química com colegas (veteranos tarimbados e algumas caras novas), que acaba resultando em diálogos de ótima simbiose.

Depois eu detalho isso, vamos trocar uma ideia sobre o ex da Madonna…

Conhecido (e respeitadíssimo) por longas de gângsteres repletos de ação, vinha alternando com momentos que… só Jesus na causa. Em alguns títulos, apenas com muita boa vontade do público para não ser um desastre completo. É verdade que o cidadão acabou se aventurando em outros estilos, fora completamente da zona de conforto, como Aladdin e o péssimo Rei Arthur: A Lenda da Espada. Claro que quando o fracasso tira aquele toc, toc da porta, ele retoma a estrada dos tijolos amarelos, como Infiltrado, de 2021.

Mas, aqui, Ritchie vai além…

Existe essa retomada, uma volta aos trilhos, mas o trem é diferente…

Uma mistura de filme de assalto e comédia de espião, cheia de adrenalina, piadas de duplo sentido (e como tem!) e lutas bem coreografadas… Statham’s style!

É divertidíssimo!

Claro que, quem espera por algo que mude nosso olhar sobre cinema, vai se decepcionar…

Lá vou eu!!

Mas que modinha chata essa, francamente…

Óbvio que eu quero conferir a tecnologia de ponta aplicada na sétima arte… obras que mudem minha percepção ou que agucem minha curiosidade, um roteiro magnífico de tão coerente e emocionante…

Mas também quero entrar numa sala, relaxar, dar boas risadas, sem ter que pensar muito. O mundo já está pesado demais ultimamente para termos que encarar a realidade também na ficção.

Voltando…

Mesmo competindo com o poderoso Avatar: O Caminho da Água, e ainda numa semana repleta de estreias quentes, o cineasta se contenta em criar 114 minutos de entretenimento simples, mas empolgante.

O saldo é um pipoca satisfatório e muito honesto.

É óbvio, mas não tem problema algum nessa obviedade: o agente que tenta impedir que o charmoso traficante de armas de Hugh Grant fique ainda mais bilionário com a venda do contrabando misterioso da vez, roubado de um laboratório secreto como sempre. Confortável na proposta lúdica, e nessa simplicidade, o elenco com nomes de peso tem liberdade para “brincar” com o sarcasmo.

Aí tenho que destacar a irônica Sarah Fidel, interpretada pela ácida Aubrey Plaza… até quando não está em quadro, ela se faz relevante (helicóptero!!). Um retorno às raízes cômicas, repleta de trocadilhos e uma dose extra de carisma, que ajudam até o mediano Josh Hartnett a entregar uma grande atuação.

Já Grant, por exemplo, mantém a performance exagerada o tempo todo, mas é justamente por isso que está incrível, um ótimo vilão.

Pouco importa que a vitória dos mocinhos será conquistada sem baixas (nem um arranhão sequer, rs) ou que a grande reviravolta é baseada numa traição anunciada desde o começo.

Porque os roteiristas dão aula de como prender a atenção do público.

Um dos melhores trabalhos do diretor nos últimos anos…

Sem vergonha de ser julgado…

Despretensioso, daquele jeito que tanta falta faz.

“Ronald, você já esculachou material bom… esse vai passar ileso assim?”

Como não amar essa galera que me acompanha no Shots??

Sim, temos problema!!

Pode ser implicância minha, como é notório eu defendo essa causa, bato nessa tecla ou sou apenas insistentemente chato mesmo, mas esse título em português… não entendi a inversão!

O original é “Operation Fortune: Ruse de guerre”…

O “Operação Fortune”, presente nos dois, é o sobrenome do personagem principal, que, na minha humilde opinião, e que faz todo sentido pelo resultado alcançado, é pensando no início de uma franquia.

Mas, aqui, virou complemento e não faz sentido algum…

Deixa um comentário aí sobre o que vocês acham disso…

Até a próxima!!